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Ministra do Meio Ambiente defende Unidades de Conservação, mas diz que governo não tem como vigiar todas as áreas

 A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirma que a criação das Unidades de Conservação (UCs) foi fundamental para barrar o desmatamento na Amazônia. Em entrevista ao GLOBO neste sábado, dia do seu aniversário, a ministra disse, a quem critica a falta de fiscalização, que nem colocando "um pelotão do Exército" seria possível vigiar todo o território de UCs, e lembrou que está parado no Congresso um projeto de lei que cria mil vagas de fiscais para postos na Amazônia. Izabella adiantou também que, até o fim deste ano, o governo deve lançar um grande plano de regularização fundiária nessas regiões. Segundo a ministra, o governo já sabe que pelo menos 70 mil pessoas vivem em UCs na Amazônia.

Áreas de proteção ambiental têm apenas um fiscal para 1.871 km

Um estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) sobre as 310 Unidades de Conservação na Amazônia Legal (UCs), federais e estaduais, mostra uma série de problemas que impedem que elas cumpram seu objetivo de conter o desmatamento. Segundo o estudo, o número de funcionários para fiscalizar o desmatamento é insuficiente e em 188 UCs existem propriedades particulares, o que causa conflitos fundiários. Reportagem do GLOBO mostrou que, em 132 Unidades de Conservação, a derrubada de floresta cresceu 127% entre 2000 e 2010.

Um dos problemas admitidos pelo governo para o avanço do desmatamento em áreas protegidas - a falta de fiscalização - é explicado pelo reduzido número de funcionários dessas unidades. Em média, segundo o Imazon, cada Unidade de Conservação tem dois funcionários e, na Amazônia Legal, apenas um funcionário para fiscalizar 1.871 quilômetros quadrados.

Fonte: João Sorima Neto (joao.sorima@sp.oglobo.com.br)