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RESIDUOS PLÁSTICOS

RESIDUOS PLÁSTICO

HISTÓRICO
Substâncias elásticas extraídas de resinas naturais, como a da seringueira, já eram conhecidas em certas regiões da América, Oceania e Ásia em épocas primitivas. Das crônicas de viajantes europeus medievais, como Marco Polo, constam relatos sobre a existência dessas substâncias, que foram introduzidas na Europa durante o Renascimento. Até o século XIX o aproveitamento desses materiais foi muito pequeno, mas o desenvolvimento da química permitiu seu aperfeiçoamento e o melhor aproveitamento de suas propriedades. Em 1862 o inglês Alexander Parkes criou a parquesina, o primeiro plástico propriamente dito. Sete anos mais tarde John Wesley Hyatt descobriu um elemento de capital importância para o desenvolvimento da indústria dos plásticos: a celulóide. Tratava-se de um material fabricado a partir da celulose natural tratado com ácido nítrico e cânfora, substância cujos efeitos de plastificação foram muito usados em épocas posteriores.
A fabricação dos plásticos sintéticos teve início com a produção da baquelita, no início do século XX, e registrou um desenvolvimento acelerado a partir da década de 20. O progresso da indústria acompanhou a evolução da química orgânica que principalmente na Alemanha, permitiu o descobrimento de muitas substâncias novas.

O QUE É PLÁSTICO
Plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares (os polímeros) formadas por moléculas menores denominadas monômetros. Os plásticos são produzidos através de um processo químico conhecido como polimerização.
Os polímeros podem ser:
Naturais: são comuns em plantas e animais (exemplos: algodão, madeira, cabelos, chifre de boi, látex, entre outros)
Sintéticos: plásticos obtidos através de reações químicas.
O tamanho e estrutura da molécula do polímero determinam as propriedades do material plástico
Os polímeros dividem-se em:
Termoplásticos: plásticos que não sofrem alterações na sua estrutura química durante o aquecimento e que podem ser novamente fundidos após o resfriamento. Exemplos: prolipropileno (PP), polietileno de alta densidade (PEAD), polietileno de baixa densidade (PEBD), polietileno tereftalato (PET), polietireno (PS), poliecloreto de vinila (PVC), entre outros.
 Termofixos: plásticos que não fundem com o reaquecimento. Exemplos: resinas fenólicas, epóxi, poliuretano, entre outros.


ORIGEM DO PLÁSTICO
A matéria-prima dos plásticos e o petróleo, formado por uma complexa mistura de compostos. Pelo fato de Ester compostos possuírem diferentes temperaturas de ebulição, é possível separá-los através de um processo conhecido como destilação ou craqueamento. A fração nafta resultante do craqueamento é fornecida para as centrais petroquímicas onde passa por uma série de processos, dando origem aos principais monômeros como, por exemplo, o eteno.
Após o processo de produção, os plásticos que são gerados em forma de grãos são enviados para as indústrias transformadoras, que irão transformar a resina em produtos através dos seguintes processos:
Compressão: a massa é introduzida em um molde aquecido que é então comprimido até tomar a forma desejada. O aquecimento pode ser feito por resistências elétricas: vapor, gás e água quente. Quando o material esfria há a concentração e a compressão desaparece. Exemplos: caixas plásticas de disjuntores.
Injeção: a massa é pressionada para o interior de moldes diversos, onde se forma. No aparelho de injeção a massa recebe calor, que em contato com molde, se solidifica. Neste processo, podem-se moldar objetos com o interior oco e vazio. Exemplo: embalagens.
Extrusão: O material plástico é progressivamente aquecido, plastificado e comprimido, sendo forçado através do orifício com o formato da seção da peça. O aquecimento do plástico é feito antes da chegada ao bocal de extrusão. Depois de aquecido, amolecido e conformado o material é submetido a um resfriamento. O processo de extrusão pode ser utilizado para obtenção de termoplásticos: filmes de PEBD (saco plástico) tubos de PVC ou PE.
Laminação: nesse processo a resina é impregnada em papel ou tecido, que funciona como carga ou enchimento. As folhas impregnadas pela resina são sobrepostas e comprimidas e, através do calor, produzem o plástico laminado. Exemplo: fórmica, pisos laminados plásticos (formipiso)

A IMPORTÂNCIA DO PLÁSTICO

Os Plásticos não são tóxicos e sim inertes. Por isso, são amplamente utilizados para embalar alimentos, bebidas e medicamentos.
Algumas propriedades dos plásticos:
- ótimos isolantes térmico-acústicos;
- maus condutores de eletricidade (na maioria das vezes);
- quimicamente inertes;
- leves (proporcionando grande economia no transporte das mercadorias);
- resistentes e flexíveis.
Para se beneficiar amplamente de todas as vantagens oferecidas pelo plástico, devemos estimular a deposição correta das embalagens após o uso, aumentando o alcance da coleta seletiva.


DIFERENTES RESINAS PLÁSTICAS


SIMBOLOGIA



 

IDENTIFICAÇÃO INTERNACIONAL DO PLÁSTICO

PET - Polietileno tereftalato

 
Características:
- alta densidade (afunda na água)
- muito resistente;
- amolece a baixa temperatura (80ºC);
- utilizado no Brasil em embalagens de refrigerantes gasosos e começando a ser utilizado em embalagens de óleos vegetais, água mineral, etc.;

Produtos:
Frascos e garrafas para uso alimentício/hospitalar, refrigerante, cosméticos, bandejas para microondas, filmes para áudio e vídeo, fibras têxteis (sintéticas), etc.

Benefícios:
Transparente, inquebrável, impermeável, leve.

 

PEAD - Polietileno de alta densidade


Produtos:
Embalagens para detergentes e óleos automotivos, sacolas de supermercados, garrafeiras, tampas, tambores para tintas, potes, utilidades domésticas, engradados para bebidas, baldes, garrafas para álcool, tubos para líquidos de gás, tanques de combustível para veículos automotores, filmes, etc.

Benefícios:
Inquebrável, resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável, rígido e com resistência química.

PVC - Policloreto de vinila

Características:
- alta densidade (afunda na água);
- amolece a baixa temperatura (80ºC);
- queima com grande dificuldade liberando um cheiro acre;
- é soldável através de solventes (cetonas);

Produtos:
Sacolas para supermercados e boutiques, filmes para embalar leite e outros alimentos, sacaria industrial, filmes para fraldas descartáveis, bolsa para soro medicinal, sacos de lixo, lonas agrícolas, filmes, etc.
Tem uma forte presença no setor de construção civil, principalmente em tubos e esquadrias.

Benefícios:
Rígido, transparente, impermeável, resistente a temperatura e inquebrável.

PEBD/PELBD - Polietileno (linear) de baixa densidade

 

Características:
- baixa densidade (flutua na água);
- amolecem a baixa temperatura (PEBD=85ºc; PEAD=120ºC);
- queimam como vela liberando cheiro de parafina.
- superfície lisa e “cerosa”.

Produtos:
Sacolas para supermercados e boutiques, filmes para embalar leite e outros alimentos, sacaria industrial, filmes para fraldas descartáveis, bolsa para soro medicinal, sacos de lixo, lonas agrícolas, filmes, etc.

Benefícios:
Flexível, leve transparente e impermeável.

PP Polipropileno

 

Características:
- baixa densidade (flutuam na água);
- amolece a baixa temperatura (150ºC);
- queima como vela liberando cheiro de parafina;
- filmes quando apertados nas mãos fazem barulho semelhando ao celofane.

Produtos:
Filmes para embalagens de alimentos, embalagens industriais, cordas, tubos para água quente, fios de cabos, frascos, caixas de bebidas, autopeças, fibras para tapetes, utilidades domésticas, potes, fraldas e seringas descartáveis.

PS Poliestireno

 

Características:
- alta densidade (afunda na água);
- quebradiço;
- amolece a baixas temperaturas (80 a 100ºC)
- queima relativamente fácil liberando cheiro de “estireno”
- é afetado por muitos solventes;

Produtos:
Potes para iogurtes, sorvetes, doces, frascos, bandejas de supermercados, pratos, tampas, aparelhos de barbear descartáveis, brinquedos, aparelhos de som e televisão, copos descartáveis, revestimento interno de geladeiras, etc.

Benefícios:
Impermeável, inquebrável, rígido, leve e brilhante.

Outros

 


Neste grupo encontram-se, os seguintes plásticos: ABS/SAN, EVA, PA E PC, entre outros

Produtos:
Solados, autopeças, chinelos, pneus, acessórios esportivos e náuticos, plásticos especiais e de engenharia (construção civil) CDs, eletrodomésticos, corpos de computadores, embalagens de vários produtos, etc.

Benefícios:
Flexibilidade, leveza, resistência à abrasão, possibilidade de design diferenciado.

COMENTÁRIO

A dificuldade em reciclar os resíduos plásticos pós-consumo reside, justamente, no fato de que estes se encontram misturados, existindo a necessidade de se separar os diferentes tipos, por alguns serem incompatíveis entre si. Existe outra forma simples de identificar alguns dos plásticos encontrados no lixo.
Essa metodologia é baseada em algumas características físicas e de degradação térmica dos plásticos. Pode, também, ser muito útil quando existirem dúvidas quanto ao tipo de resina.

COLETA SELETIVA
A coleta seletiva é um sistema visando à coleta do material potencialmente reciclável que foi previamente separado na fonte geradora.
Como separar o plástico para a coleta seletiva:
1 - As embalagens plásticas devem ser lavadas e separadas após o uso;
2 - Evitar misturar as embalagens plásticas com materiais não recicláveis;
3 - Juntar os materiais plásticos numa mesma sacola;
4 - Não depositar em lixeiras, depositar na lixeira de cor vermelha* ou então junto aos materiais recicláveis quando o caminhão de coleta de recicláveis passar na sua rua.
* De acordo com a Resolução nº 275/01 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)


RECICLAGEM

Existem três principais tipos de reciclagem:

RECICLAGEM QUÍMICA
- reprocessa plásticos transformando-os em petroquímicos básicos: monômeros ou misturas de hidrocarbonetos que servem como matéria-prima;
- obtenção de produtos nobres de elevada qualidade;
- recuperação dos componentes químicos individuais para serem reutilizados como produtos químicos ou para a produção de novos plásticos;
- permite tratar mistura de plásticos, reduzindo custos de pré-tratamento, custos de coleta e seleção.

RECICLAGEM MECANICA
- conversão dos descartes plásticos pós-industriais ou pós-consumo em grânulos que podem ser reutilizados na produção de outros produtos (sacos de lixo, solados, pisos, condulites, mangueiras, componentes de automóveis, fibras, embalagens não-alimentícias, etc.);
- possibilita a obtenção de produtos compostos por um único tipo de plástico, ou produtos a partir de misturas de diferentes plásticos em determinadas proporções.

RECICLAGEM ENERGÉTICA
- recuperação da energia contida nos plásticos através de processos térmicos;
- utiliza os resíduos plástico como combustível na geração de energia.

[Para a reciclagem energética, a energia contida em 1 kg de plástico é equivalente à contida em 1 kg de óleo combustível]

FATORES QUE LIMITAM A RECICLAGEM DO PLÁSTICO
- Falta de subsídios que estimulem a reciclagem, encargos e tributos elevados, diminuindo a margem de lucro dos pequenos recicladores (grande maioria);
- Falta de coleta seletiva, trazendo como conseqüência o aumento da contaminação dos recicláveis, gerando gastos adicionais com operações de separação e lavagem.
- Dificuldade na reciclagem de resinas misturadas.

BIODEGRADABILIDADE DO PLÁSTICO
Pesquisados desde 1930, os chamados plásticos biodegradáveis tem por característica serem destruídos por microrganismos do próprio meio, transformando-se em gás carbônico e água. No Brasil, um desses plásticos, o PHB, foi desenvolvido a partir da sacarose da cana de açúcar. Sua produção, ainda pequena, é voltada para o mercado externo de embalagens, vasos e materiais descartáveis.
Sua utilização, entretanto, na maioria das aplicações ainda não se tem mostrado viável no ponto de vista econômico. E por ser biodegradável, não consegue substituir os plásticos derivados de petróleo - mais duráveis e seguros, em embalagens de remédios, alimentos, bebidas carbonatadas, cosméticos, defensivos agrícolas, e em uma grande série de outros produtos.
Mais recentemente, começaram a ser fabricadas no Brasil sacolas de plástico convencional que recebem um aditivo para acelerar o tempo de degradação em condições ambientais favoráveis. Pela mesma razão acima, também esse tipo de plástico não consegue substituir os plásticos convencionais na maioria de suas aplicações. E os efeitos de sua degradação no meio ambiente ainda estão sendo pesquisados.
Fonte: Pastivida, 2005

LEGISLAÇÃO

Segundo a Resolução do Conama Nº 308/02 sobre o Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte:
Os órgãos ambientais competentes deverão assegurar que o pedido de licença ambiental para os sistemas de disposição apresentem, no mínimo, os seguintes dados:
I - identificação do requerente responsável pelo empreendimento;
II - população beneficiada e breve caracterização dos resíduos a serem depositados no sistema de disposição finam em licenciamento;
III - capacidade proposta do local de descarga, vida útil desejável maios que quinze anos;
IV - descrição do local, incluindo as características hidrogeológicas;
V - métodos propostos para a prevenção e minimização da poluição ambiental;
VI - plano de operação, acompanhamento e controle;
VII - plano de encerramento e uso futuro previsto para a área;
VIII - apresentação do Projeto Executivo do sistema proposto; e
IX projeto de educação ambiental e divulgação do empreendimento, sobre princípios de coleta seletiva, e redução de resíduos.

CURIOSIDADES
1 - A origem da palavra plástico vem do grego plastikós, que significa adequado à moldagem.
2 - De todo o petróleo extraído somente 4% são para a produção dos plásticos.
3 - Uma das maiores vantagens dos plásticos é que eles são 100% recicláveis.
5 - No Brasil, 16,5% do plástico já consumido é reciclado.
6 - Consumo mundial de plástico:
     EUA            70 kg/hab.ano
     Japão          54 kg/hab.ano
     Europa        45 kg/hab.ano
     Brasil           12 kg/hab.ano


Fonte: Desperdício Zero
          Programa da Secretaria de Estado do Meio ambiente e Recursos Hídricos

 

 

 

 

 

 

 

 


O símbolo da reciclagem, adotado no Brasil para o plástico, seria a seguinte: três setas retorcidas (símbolo de Mobius) no centro o número da resina e abaixo das setas a sigla da resina, indicado pela cor vermelha.