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Faixa de areia está menor nas praias de Florianópolis e pode comprometer temporada de verão

Diminuição no espaço para banhistas é fenômeno natural, mas ação do homem contribui para acelerar o processo de erosão no litoral

Menos espaço para curtir um sol na beira da praia. Esta é uma das preocupações da Santur, que prevê a vinda de 6 milhões de turistas na temporada 2011-2012 ao Estado. Além do trânsito, segurança e infraestrutura, o estreitamento da faixa de areia, visível hoje em muitas praias da Ilha, é um problema difícil de resolver.

Em muitos casos, o fenômeno acontece naturalmente, mas em outros, a ação do homem acelera o problema e pode acabar com um dos maiores atrativos de Florianópolis, que está no foco de 35% dos turistas que visitam SC.

A faixa de areia continua diminuindo nos balneários da Capital e, segundo especialista, isso não é um problema localizado, e sim de todo o planeta.

Mas por aqui, o que chateia o veranista e inquieta o morador, preocupa a Santa Catarina Turismo S.A (Santur), órgão responsável pela promoção e divulgação dos produtos turísticos catarinenses. Especialmente em Florianópolis.

–Temos uma expectativa de receber 6 milhões de pessoas na próxima temporada, sendo que 35% ficam na Grande Florianópolis. A Capital com suas praias é a joia desta coroa e não se pode perder este atrativo – afirma Valdir Walendowisky, presidente da Santur.

Erosão em todo o litoral brasileiro


É difícil afirmar se a faixa de areia das praias da Ilha será engolida pelo mar. A conclusão exige um monitoramento constante, com estudos voltados a marés, ventos, altura das ondas.

Além disso, ciclones extratropicais, comuns na costa sul do Brasil, possuem uma grande capacidade de retirar areia das praias. O cálculo é assustador: a quantidade que se tira em dois a três dias leva um ano para ser resposta.

– Um das dificuldades que impedem uma projeção mais segura sobre o futuro das praias é a carência de dados. Existem pesquisas, mas não de forma contínua ou a um prazo mais longo. Em termos de estudos, 10 anos ainda é considerado pouco – diz Argeu Vanz, oceanólogo e pesquisador na Epagri/Ciram, na área de fenômenos extremos, como ciclones e seus efeitos.

Vanz observa que todas as praias do país sofrem com problemas de erosão. Para ele, a solução está em pesquisar cada praia e buscar na engenharia oceânica um tipo de construção que minimize o impacto da erosão:

– Precisamos compreender que não é a natureza que deve se adaptar à pessoa e ao seu modo de viver, mas o homem à natureza.

O oceanólogo considera que o chamado engordamento da praia (colocar areia retirada de alguma duna ou mesmo da plataforma para alargar faixa de areia) pode ser uma alternativa para o futuro das praias mais assoreadas, mas diz que poucas prefeituras possuem condições de bancar este tipo de providência por causa do preço. É relativamente fácil colocar o grão de areia, o difícil é achar o grão adequado.

Fonte: Diario Catarinense